A diferença do Brasil de hoje para aquele descoberto em 1500 são os presentinhos; antes eram espelhinhos e pentes, hoje são outras “tralhas e trolhas”. O brasileiro adora tudo que vem de fora, parece que não acreditamos em nossa capacidade. Mesmo assim o Brasil fez muito nesses últimos anos. Pessoas, tidas, como preparadas, como por exemplo, diretores, gerentes e empresários, deixaram-se, ao longo dos anos, levar por um “monte de tranqueiras tecnológicas e filosóficas”, obviamente interessados na busca do lucro fácil e das ditas “grandes sacadas”. Isso não existe! O que existe é trabalho árduo, sério, focado e competente, a remuneração vem desse enorme esforço e não de “diplomas, iluminados, gurus, etc.”. Vejo gerentes, que mal largaram as fraldas, desfilar verdades e conceitos, como se tivessem autoridade para tanto. Recebem cargos, não por merecimento, mas sim por dominarem alguma “quinquilharia eletrônica” como se isso fosse o maior poder da terra.



As empresas são formadas, por inúmeras correntes de pensamentos, cada qual tem a fórmula para o sucesso. Tenho por crença que elas confundem TECNOLOGIA com a capacidade de raciocínio. A tecnologia é um aparato (ferramental) colocado à disposição das pessoas para facilitar as rotinas de trabalho. O pleno domínio dessa tecnologia não significa necessariamente um aprimoramento da inteligência humana. É bem verdade que os mais jovens já nascem inseridos dentro desse conjunto tecnológico. Desde pequenos recebem computadores, Ipods, Ifone e toda sorte de tralhas eletrônicas, fazemos isso porque julgamos importante oferecer o maior conjunto de ferramentas possíveis, alguns chamam isso de educação, eu penso que estamos matando a criatividade e a infância deles. Criamos nossos filhos aparelhados com tudo que seja necessário de modo que possam, um dia, ter o devido ferramental para entrarem no mercado de trabalho. Erroneamente e por fascínio achamos nossos filhos o máximo. 

Empresas pequenas tem andado na contramão desse modismo, por exemplo, eu vi uma pequena empresa contratar motoristas para a área de transporte com idade superior a 45 anos. O resultado foi imediato. O número de acidentes e as idas a oficina caiu drasticamente. Alguns supermercados também investiram nisso e os resultados foram ótimos além de um tratamento diferenciado os caixas passavam confiança e com isso aumentou a fidelização do cliente. 

Menor número de faltas, maior comprometimento, mais responsabilidade e maior apego ao trabalho são características observadas nesse grupo de pessoas mais experientes. Com o aumento da expectativa de vida hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais, por isso aposto numa guinada nessa visão dos empresários.

As empresas são formadas por pessoas e por essência são criadas para atender pessoas. Somente a experiência, o bom senso, a objetividade e a determinação é que podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. A pergunta que jamais se calará! O jovem tem essas características? Não! Porque somente o tempo pode fornecer tal bagagem. Esse jovem precisa ser treinado, lapidado e preparado a exercer as devidas tarefas. O que se vê por ai, são milhões gastos em tecnologias e pouco ou quase nada no aprimoramento do potencial humano. Quando digo isso não me refiro unicamente ao treinamento, mas primordialmente ao “entendimento” do ser humano, onde se deveriam levar em conta itens como, sonhos, objetivos, potencial, criatividade, capacidade de arriscar-se e tudo mais que compõe a essência humana. Alguém dirá! A empresa não é divã psiquiátrico. Ora bolas! Se eu lido com seres humanos não posso me furtar de procurar entendê-lo, da mesma forma como fazemos quando compramos uma nova máquina, onde somente poderemos extrair todo seu potencial a partir da boa leitura de seu manual e das horas de funcionamento. 

As empresas gastam muito tempo no aprimoramento de seus produtos e serviços, isso é essencial e sem o qual não se sobrevive à guerra de mercado. As empresas precisam acordar para a realidade de que as pessoas também precisam desse processo de desenvolvimento continuo. Gastar na formação dos funcionários e mantê-los independentemente da idade é salutar para fortalecer sua estrutura, o compromisso somente é conseguido através de muitos anos de dedicação. 

Certa vez me perguntaram como deveria ser a remuneração desses “velhos dinossauros”. Eu acredito que deveriam ganhar seu peso em ouro e também não menos importante aplausos todos os dias porque sabem como ninguém o valor das coisas e suas causas, pois já andaram pelos caminhos que os outros ainda nem encontraram.

Como sempre, gosto de afirmar que nestes textos não me proponho a criar verdades, nem tampouco desenhar um tratado sobre conduta empresarial. A ideia é simplesmente levar o leitor a refletir sobre um ângulo diferente, para entretê-lo e fazê-lo meditar. Só isto, nada mais!





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