Meu posicionamento sobre o chefe é objetivo, pragmático, e refere-se à chefia de uma seção, de um setor de trabalho, de uma unidade qualquer. Não quer dizer outra coisa.

palavra tem uma porção de significados e para conhecê-los basta consultar dicionários. Não é o caso, já defini sua extensão: apenas chefe de um setor, de um local de trabalho. Afinal, o comentário é sobre trabalho e profissão. Nem todo chefe é um líder, nem todos tem competência. E mesmo que tenham não é suficiente, precisam de autoridade para decidir. Não me refiro à autoridade moral, mas empresarial: trabalho, produção, qualidade e condições versus salários mais benefícios.


A razão de eu achar que o chefe deve ter autoridade para admitir, impor disciplina, premiar e demitir, é simples. Na prática, as tarefas, em sua maioria, não são agradáveis, não é aquilo que as pessoas gostariam de estar fazendo. Fazem porque precisam do dinheiro, é necessário. O ideal é que trabalhássemos motivados, sempre. Mas isto não tem sido possível e não é preciso explicar as razões. Quando queremos emagrecer, economizar e outras coisas que dependem apenas de nós, escolhemos métodos, fazemos roteiros e até traçamos metas. Algum tempo depois, começamos afrouxar e às vezes desistimos do que almejávamos e foi planejado por nós mesmos. É uma reação natural. Todos nós fazemos isto, só mudam os motivos e as circunstâncias. Todo trabalho exige esforço. A palavra esforço explica tudo. A gente tem que forçar a si mesmo.


O trabalho repetitivo, continuado exige um esforço maior, maior empenho, maior disciplina para ser realizado. A maioria das funções exige repetição. Se for esforço físico, cansa a musculatura; se for mental, cansa a mente. É absolutamente natural que as pessoas tentem se desvencilhar do trabalho para se pouparem. É instintivo!


Nas empresas, a produção depende de uma porção de fatores, mas em condições semelhantes, vence a empresa que utilizar melhor a sua força de trabalho. Reparem na expressão: força de trabalho. Não é o óbvio? Se o trabalho for intelectual, pior ainda, pois é mais difícil de ser medido, de ser controlado. Não é a toa que se diz que aquilo que não é medido não é administrado.


Não há razão para os funcionários se submeterem a uma disciplina e um controle que os obrigue a produzir mais, se o chefe não puder adverti-los, premiá-los e substituí-los.


Não sou adepto de chefões autoritários, malcriados. De modo algum. As empresas precisam e devem tornar público quais são as obrigações e os deveres dos funcionários e dos chefes, isto se esclarece na descrição de cargos e funções. O que elas não fazem! Não cumprem este dever de casa. Falam em profissionalismo, mas não definem as relações, não querem se comprometer. O dito pelo não dito facilita a vida de que quem não quer assumir responsabilidades e obrigações.


Além do exposto acima, é fundamental e saudável para as relações que todos saibam separar as obrigações e os deveres profissionais das obrigações e dos deveres civis. Esta é uma conquista a ser feita, é cultural.


As obrigações e os deveres profissionais referem-se aos contratos de trabalho, àquilo que é tratado pelas partes desde o inicio, e que pode ser retratado e negociado no curso das atividades. Se alguém for maltratado, a esfera é outra, pode ser uma questão ética, civil ou criminal. Se a empresa cultivar valores éticos e de cidadania, a pressão pelo esforço e a disciplina imposta pelo chefe ficará restrita ao que foi profissionalmente negociado entre as partes.

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