As empresas criam verdadeiras olimpíadas quando da contratação de novos funcionários. São inúmeras horas despendidas em dinâmicas de grupo, redações, entrevistas e mais dinâmicas e mais entrevistas e quando tudo parece estar chegando ao fim, coloca-se mais uma “dinâmicazinha” aqui e outra acolá. O processo é um martírio tão grande que descrevê-lo em palavras se torna impossível.

Vencida está etapa o funcionário e enviado ao departamento e lá depois de devidamente apresentado aos colegas, segue para o primeiro discurso do gerente ou diretor da área, quando este obviamente dispor de tempo, às vezes você passará por essa etapa muito tempo depois, o que no mínimo é um desconforto muito grande. O primeiro “baque” quando dessa conversa, vem em forma de “desilusão”.

Você passou por tantos testes, entrevistas e outras coisas que havia idealizado em sua mente uma empresa de extrema vanguarda, ao conversar com o diretor (gerente etc.), percebe logo de que nada daquilo era real. Em muitos casos, você sairá dessa entrevista com a nítida certeza e que ele deve ser o “filho do dono”, uma vez que no seu entender ele está fora de contexto, pior que isso é quando, com o passar do tempo você faz de suas dúvidas uma certeza. Desse momento em diante seus demônios se manifestam tirando-lhe o sossego e a vontade que o haviam impulsionado.

Na primeira reunião logo você constata que embora a empresa houvesse apregoado a busca incessante de talentos o que você vê na verdade é um: “ta lento” em outras palavras seu diretor é uma “múmia”. Não bastasse essa “desgraça” ele nitidamente não é confiável, é o tipo que lhe roubará ideias, não o enaltecerá de maneira alguma e se puder vai usá-lo como bode expiatório.

O que leva a essa situação?

O empresário se envolve pouco no operacional da empresa e muitos, tenho certeza, dirão que essa é a forma correta de agir. Mas se pensarmos que num mundo globalizado onde a informação é a essência de uma nova ordem mundial na conduta de negócios, fica improvável acreditar que o empresário deva se “encastelar” no refúgio de relatórios periódicos. As empresas são dirigidas dentro de um código de silêncio. As coisas acontecem de acordo com a mentalidade de um pequeno grupo, sobressair-se nessa cultura tão somente vai acontecer se você tiver uma bela “sacada”. Mas você não estudou ou foi treinado para ter “sacadas”! Contrariamente, você é criado dentro do contexto de processos e métodos técnicos. Por fim a revolta se dá quando descobre não ter voz ativa nos rumos ou decisões da empresa, não obstante ninguém se interessa em ouvi-lo. Com o passar do tempo somado aos compromissos financeiros deixa-se abater, viverá conformado nesse campo de concentração, onde a máxima é: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Como sempre gosto de afirmar que não crio verdades, mas sim pontos de vista capazes de conduzir o leitor a fim de que ele possa extrair elementos para sua análise.

Nenhum comentário:

Postar um comentário